Na maioria das vezes o Urologista se depara com situações peculiares, pacientes que tem feridas crônicas no pênis, lesões existentes há meses ou às vezes, há anos!
Estes pacientes, na grande parte das vezes, acham que é uma infecção ou uma doença sexualmente transmissível.
Pois falaremos hoje sobre ele. No Brasil, os tumores do pênis correspondem a 2% dos cânceres malignos nos homens. O maior fator de risco é a má higiene do pênis, principalmente em pacientes que tem fimose e não conseguem higienizar adequadamente a glande. Os sintomas são: ferida, úlcera ou lesão vegetante, pouco dolorosa, situada no prepúcio (pele que recobre a cabeça) ou glande (cabeça).
O crescimento destas lesões é lento e em casos mais avançados o paciente pode apresentar gânglios inguinais aumentados de tamanho (ínguas na virilha).
Se o Urologista supeitar de câncer do pênis, vai ser realizada uma biópsia da lesão peniana com posterior avaliação anátomo-patológica, para identificação do tipo de câncer envolvido.
Feito o diganóstico pela biópsia vamos ao tratamento:
O tratamento depende da localização da lesão, seu envolvimento local e sistêmico (metástases para outros órgãos).
• Crioterapia local (destruição do tumor por congelação), em casos iniciais;
• Amputação parcial ou total do pênis. Alguns casos de tumores de alto grau ou estadiamento local avançado, pode ser realizado a linfadenectomia inguinal bilateral (retirada dos gânglios inguinais);
• Radioterapia nas lesões primarias apresenta resultados controversos devido à diversidade de protocolos existentes, e está praticamente descartado em casos mais invasivos;
• Quimioterapia neoadjuvante (antes da cirurgia), pode promover uma redução tumoral, , facilitando a cirurgia radical posterior em casos selecionados;
• Quimioterapia adjuvante (depois da cirurgia), pode estar indicada em casos mais avançados da doença.
Vejam que muitas vezes é necessário amputação parcial do total do órgão!. Portanto, como prevenir?
PREVENÇÃO
Orientação da população em relação aos hábitos de higiene local do pênis, enfatizando a necessidade de higiene após as relações sexuais.
Campanhas para estimular o uso de preservativos, principalmente visando à diminuição de casos de doenças sexualmente transmissíveis. Até hoje não foi comprovada uma relação direta entre o HPV (vírus do papiloma humano) e o câncer de pênis, mas se sabe que de 30 a 70% dos pacientes acometidos de câncer de pênis são HPV positivos;
A circuncisão (cirurgia da fimose) é uma das formas preventivas de tratar este tumor. Os pacientes com fimose não operados, apresentam um risco aumentado de desenvolver a doença, principalmente por dificuldade de higiene local.
O diagnóstico precoce da doença é fundamental no sucesso do tratamento evitando amputações radicais do órgão e, conseqüentemente, aumentando as chances de cura da doença.
Previna-se. Procure logo um Urologista se a ferida do pênis não desaparecer logo!!!